sexta-feira, 23 de julho de 2010

Como realizar uma exposição.

Entendendo uma Exposição de Orquídeas

Aprendi com o saudoso Hanz Frank ex. Presidente e membro ativo da OrquidaRio, que toda exposição de orquídeas é composta por TRÊS elementos FUNDAMENTAIS, sem os quais se torna completamente insustentável.

1- O Orquidófilo: é ele.. o amante, o colecionador, o esmerado cultivador que tem o trabalho, o custo, o prazer e o zelo de cultivar suas orquídeas sempre buscando o aperfeiçoamento do seu cultivo e a obtenção do melhor "rendimento" possível de suas plantas que se dispõe a "montar" uma exposição e compartilhar com os demais as suas plantas e as suas técnicas de cultivo, exibindo parte de sua coleção, o que torna possível reunir em um mesmo ambiente dezenas e as vezes centenas de belíssimas e variadas formas e coloridos simultâneamente.

2- O Visitante: é para ele que é montada a exposição. Toda Associação Orquidófila e seus respectivos "orquidófilos expositores" tem sempre como objetivo primário a divulgação de suas atividades, das técnicas de cultivo, da conscientização sócio ambiental utilizando as orquídeas como "hotspot",etc... e é para o grande público (leigo ou não no assunto) que são montadas as exposições... é para ele que tanto se trabalha e que tanto se deseja ver enchendo nossos salões e estimulado a se lançar neste verdadeiro mundo de encantamentos, prazeres, aprendizados e emanciapação da percepção.

3- O Orquidário Comercial: os Orquidários Comerciais, como o Orquidário Maricaense, contribuem de duas formas em uma exposição de Orquídeas. São eles os responsáveis pelo suporte operacional e financeiro a uma exposição e eventualmente das respectivas associações orquidófilas.
Ao entrar em uma exposição, o visitante (leigo ou não) se depara com tamanha beleza e encantamento que imediatamente deseja levar, mesmo que um pouco, do "BELO" para sua convivência.. . conhecedor ou não do fascinante mundo das Orquídeas e suas particularidades ele deseja adquirir, dar o primeiro passo.
Sem a possibilidade da aquisição, certamente o candidato a orquidófilo(O visitante), embora estimulado, não daria prosseguimento ao seu intento.

É esta parceria - Associação Orquidófila / Orquidário comercial - que permite que o visitante adquira parte do que é apresentado e ao mesmo tempo "custeia" as despesas envolvidas com a exposição e com a manutenção da associação orquidófila ao converter uma parte do montante das vendas para estes fins.

Por estes e muitos outros motivos que esta relação: Orquidário Comercial, Associações/Orquidófilos e grande público precisa ser bem estudada e estimulada. E por estarem intimamente ligados, precisa haver não só cuidado, mas ética e transparência nestas conexões.

Se as associações possuem carências e aspirações operacionais ou financeiras, não podem esquecer, entretanto, a principal motivação de uma exposição(que não é financeiro). E por este motivo precisam se preocupar e avaliar constantemente se estes objetivos estão sendo atingidos ou não.

O Visitante, muitas vezes não sabe que todo este trabalho (o das associações e seus respectivos orquidófilos) é um trabalho essencial e basicamente voluntário. E muitas vezes se dirige aos organizadores sem o cuidado necessário que se deve ter com alguem que tanto trabalha e se dedica unica e exclusivamente para proporcionar prazer e momentos de encantamento ao visitante sem qualquer tipo de recompensa financeira.

Não é o fato do trabalho ser ou não voluntário que deve limitar ou parametrizar o nível de educação e cortesia nesta relação, mas sabemos que alguns (felizmente poucos) ao se perceberem "clientes" perdem seus limites e o bom senso.

Os Orquidários Comerciais, por sua vez, devem compreender e assumir a sua responsabilidade frente as Associações e ao público visitante de uma exposição. Isso é possível, assumindo o compromisso constante de disponibilizar em seus stands material de alta qualidade a preços justo.
É de responsabilidade dos Orquidários Comerciais ainda, a seleção do material adequado a ser comercializado em cada exposição, observado as particularidades da região, devendo sempre evitar - a qualquer custo - a comercializaçã de plantas que não se adaptarão as condições de cultivo encontradas nestes locais, o que certamente afetaria o bom cultivo e a motivação de novos cultivadores. (As associações devem fiscalizar esta prática!)

Todas as instruções de cultivo e o suporte/auxilio ao novo orquidófilo devem ser dados por ambas as estruturas (os Orquidários Comerciais e as Associações), antes, durante e depois das exposições.
Deixamos como sugestão que todas as associações organizem e agendem - sempre que possível - cursos e workshops durante as exposições a fim de cobrir os passos essenciais ao cultivo regular. Se não for possível durante a exposição, sugerimos que a associação orquidófila aproveite a oportunidade da mesma e tenha disponível fichas de inscrição para um bom curso a ser ministrado aos interessados em data oportuna.

Rodrigo Aragão
Orquidário Maricaense
http://www.orquidariomaricaense.com/


Procedimentos básicos para a realização de uma exposição, claro que no dia-a-dia surgirão outras tarefas que não estão numeradas aqui.
Colaborou com estas dicas a amiga orquidófila Solange Menezes, Presidente da SOCAN - Sociedade Orquidófila Cantareira de São Paulo/SP


Procedimentos Básicos:

* Local apropriado:, de fácil acesso, com estacionamento no local ou bem próximo, espaçoso e bem iluminado. Se o local for muito grande, verificar junto aos Bombeiros, prefeitura e à empresa de tráfego se há necessidade de autorização para fazer o evento. Faça um contrato com o responsável pelo local e com todos os outros serviços que tratar. Não confie em promessas verbais.

*Data do evento: não deve coincidir com outras exposições de orquídeas da cidade, nem com eventos que retirem o povo da cidade (feriado prolongado, dia das mães ou Natal por exemplo).

*Tema do evento: deve-se definir qual o tema da decoração do espaço. Isso vai ser mais ou menos glamuroso, dependendo da verba. Relacione os eventos paralelos: palestras, cursos etc.

*Levantamento de custos: faça uma lista de tudo que será necessário comprar para realizar o evento - bancadas, tecido, faixas, cartazes, convites, enfeites, etc. Não esqueça de nada. Faça uma cotação de preços e veja quanto este evento vai custar.

*Patrocínio: esta é a parte mais importante da exposição; sem dinheiro não há evento. Lembre-se que a exposição deve dar lucro ou, no mínimo, empatar. Se for para dar prejuízo à associação é melhor não fazer. Monte um projeto, coloque no papel todas as informações sobre a exposição e procure patrocínio no comércio e indústrias da cidade. Esse patrocínio pode ser dado em dinheiro ou em produtos ou serviços. Por exemplo, a gráfica pode imprimir os cartazes de graça; a marcenaria pode doar as bancadas; a padaria pode oferecer o carreto das bancadas; um decorador pode se oferecer para decorar o salão e assim por diante. Isso tudo é patrocínio ou apoio. Não se esqueça de fazer um cartaz de agradecimento a todos os patrocinadores.

*Convites: convide formalmente as associações, juízes e vendedores; coloque nos respectivos convites todos os procedimentos a serem seguidos antes, durante e depois da exposição, ex.: horário de entrega das plantas, regulamento do julgamento, comissão das vendas etc. Não se esqueça de confirmar a participação dos convidados. Faça também um convite especial às autoridades da cidade.

*Impressos: é hora de fazer os cartazes, folhetos, bunners, faixas, camisetas etc. Defina alguém da associação para fazer a conferência de todos os impressos antes de serem rodados na gráfica. Nada mais constrangedor do que impressos com erro de grafia ou de português.

*Brindes: os donos das plantas pontuadas no julgamento devem receber um prêmio. Pense em prêmios originais e de algum valor decorativo ou utilitário. Não há nada mais descepcionante do que um brinde mixuruca. Se possível (e se o dinheiro der) sorteie um objeto de valor entre orquidófilos das associações participantes e outro entre os seus associados, pode também distribuir um prêmio para aqueles associados que exporem três ou mais plantas e pode fazer o sorteio(rifa com valor simbólico)de brindes ou plantas entre os visitantes da exposição.

Divulgação: o sucesso da sua exposição está na divulgação da mesma. Não adianta fazer um evento lindo se ninguém ficar sabendo da existência. Dois meses antes mande release para as revistas especializadas (algumas são bimestrais). Um mês antes é a vez da TV. Duas semanas antes é a vez dos jornais diários e rádios, out doors, panfletagem etc. Coloque faixas em lugares estratégicos da cidade; distribua cartazes em lugares públicos (supermercados, cabelereiros, farmácias etc.); distribua filipetas nas ruas, dentro de jornais do bairro, peça aos associados para distribuírem entre os amigos.

Basicamente é isso que você tem que providenciar antes da exposição. Depois vêm a montagem, recepção das plantas dos associados e dos convidados; acomodação dos vendedores; organização dos eventos paralelos (cursos, palestras); recepção dos juízes e acompanhamento do julgamento; cerimônia de abertura; recepção aos visitantes (não se esqueça do livro de presença para saber o nº de visitantes); vigilância para que as plantas não sejam tocadas, danificadas ou subtraídas; acerto de contas com os vendedores(comissão); cerimônia de encerramento e premiação; desmontagem da exposição; entrega das plantas das associações; limpeza e entrega do salão; devolução das peças emprestadas pelos patrocinadores e finalmente.. ........ o descanso.

Fontes


Este é um falso poço que fiz no meu jardim para embeleza-lo, este ano vou trocar um pouco sua finalidade, talvez faça uma fonte, plante orquídeas,bromélias ou simplesmente flores.
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Esta foi feita dentro do orquidário para garantir a umidade do ar no verão.
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Esta foi feita na frente da minha casa e está construída sobre uma rocha encravada no terreno.
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Esta foi feita em uma das várias exposições do COSMAR, também criada por mim e Ida Magi Schirmer. Em todoas as exposições e mostras do COSMAR é feita uma fonte como marca das nossas exposições.
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Esta foi feita na 1ª Mostra de Orquídeas realizada pelo COSMAR no Santa Maria Shopping em Santa Maria-RS, também feita por mim e Ida Magi Schirmer.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fontes



Estas fontes foram feitas no Clube do Professor Gaúcho de Santa Maria-RS em uma mostra do COSMAR num almoço para o Dia dos Pais. Feita por mim e pela amiga orquidófila Ida Magi Schirmer
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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Orquídeas de Mato - Tô Fora


Este artigo foi publicado no site da Associação Cearense de Orquidófilos(http://www.orquidofilos.com/) no dia 16 de julho de 2010.


Orquídeas do mato? – Tô fora!

Orquídeas em seu habitat natural


A Associação Cearense de Orquidófilos condena com veemência a compra de orquídeas retiradas da natureza. A seus associados, a ACEO aconselha a aquisição em bons orquidários comerciais, onde se comercializam plantas saudáveis, de boa qualidade, reproduzidas legalmente, em laboratório.

Se todos resolvessem coletar orquídeas na mata, em breve não haveria mais orquídeas. Nem mata, pois os ecossistemas são frágeis e o desaparecimento de uma espécie pode determinar o fim de todas as demais. A orquidofilia está intimamente associada à causa ecológica e todo cultivador de orquídeas deve ser, acima de tudo, um defensor do meio ambiente. Na ACEO, defender a natureza não é apenas figura de retórica, mas uma prática.

Vem agora outra questão: a coleta na natureza, transporte e comercialização de orquídeas assim obtidas são atos criminosos, para os quais se prevê punição. De acordo com a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, em seu Art. 48, “receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal (…)” é crime passível de detenção, de seis meses a um ano, e multa.

No parágrafo único do mesmo artigo, observa-se que “incorre nas mesmas penas quem vende, expõe a venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida (…)”. Embora não se refira especificamente às orquidáceas, a legislação abrange essa família. E surge um agravante no Art. 53, onde se prevê que a pena será aumentada de um sexto a um terço, caso se trate de espécie rara ou ameaçada de extinção. Isto significa que quem vende ou compra Cattleya labiata (espécie em extinção) retirada diretamente de nossas matas está cometendo um crime ambiental sobre o qual pesam agravantes.

FITOSSANIDADE - Além de se tratar de uma prática criminosa, comprar planta do mato é colocar em perigo a saúde de todo o orquidário. Esse material, em sua quase totalidade, está infestado de fungos, líquens, até mesmo bactérias e diferentes pragas, constituindo-se, ao mesmo tempo, em plantas feias, com folhas e pseudobulbos marcados e cobertas de raízes de pteridófitas. Ao contrário das excelentes plantas de orquidário, cultivadas a partir de cuidadosa seleção e criteriosos cruzamentos, é praticamente impossível, hoje em dia, encontrar-se uma Cattleya labiata retirada da mata e que não seja de péssima qualidade estética.

Se alguém compra “orquídea do mato” porque esta é um pouco mais barata, está cometendo um ledo engano. Eis aí um barato que sai caro, porque, além de contaminar o orquidário com pragas e doenças, essa planta tem grandes possibilidades de ela própria fenecer em pouco tempo, uma vez que não contará com as defesas que lhe permitiam sobreviver em seu ambiente natural.

COMO DIFERENCIAR - Em publicação recentemente lançada pelo IBAMA (tradução de Pictorial Guide – Differentiation of wild collected and artificially propagation of orchids), são repertoriados vários aspectos que permitem diferenciar uma orquídea coletada em meio silvestre daquela reproduzida artificialmente. Seguem-se algumas dessas características:

Plantas coletadas: muitas raízes crescendo na mesma direção; muitas raízes mortas e com pedaços de casca de árvore; ponta das raízes frequentemente danificadas; número desequilibrado de folhas e raízes; cápsulas de sementes presas às plantas; as folhas são sujas e geralmente não apresentam aspecto saudável, por causa de líquens e por estarem desidratadas e/ou contaminadas por fungos; muitos pseudobulbos mortos e outros sem as folhas ou danificados.

Plantas obtidas por propagação artificial: raízes crescendo de acordo com o formato do vaso; resíduos do material de propagação; quantidade equilibrada de folhas e raízes; ausência de bainhas secas; folhas e raízes saudáveis; plantas com formato e tamanho uniformes; flores com cores vivas.

LEGAL & ILEGAL - Diante de comentários alarmistas, por vezes alguns orquidófilos se perguntam sobre se há problemas em transportar (e mesmo em possuir) orquídeas adquiridas legalmente. A engenheira florestal Lou Menezes, chefe do Orquidário Nacional do IBAMA, esclarece algumas dúvidas sobre atividades concernentes aos orquidófilos e suas coleções:

1- O Ibama exige o registro somente dos comerciantes de orquídeas, os quais são obrigados a apresentar um cronograma de reprodução das plantas. Tal cronograma é periodicamente controlado através do levantamento das plantas – suas espécies e variedades.
2- Os orquidófilos, além de não serem obrigados ao registro no IBAMA, são senhores de suas coleções, podendo ou não realizar reproduções das plantas, mas nunca sendo considerados produtores legalizados.
3- As plantas das coleções dos orquidófilos, devidamente tratadas em cultivo, não podem ser confiscadas por parte de autoridades competentes, pelo simples fato de serem orquídeas.
4- As plantas poderão ser confiscadas, caso seja caracterizada a coleta de plantas retiradas das matas e/ou pelo comércio ilegal das mesmas.