sexta-feira, 21 de maio de 2010

DICA: Podridão Negra e Parda

Este texto foi escrito e autorizado pelo Prof. Rene Rocha de Areado sul de Minas Gerais.


As Podridões ( negra e parda)

Os sintomas podem aparecer:

1) a partir das folhas, iniciados por lesões por encharcamento de tecidos sendo na maioria das vezes diagnosticada como infecção bacteriana pelo gênero Erwinia ou Pseudomonas ou, ainda, por Pectobacterium carotovora e que também podem ocasionar a podridão mole.
Aparecendo primeiro nas folhas (focos primários) aí causa necroses, já que o tecido da região afetada pela bactéria fica frágil, encharcados e sensível a cozimento pelos raios solares que normalmente recebia, mesmo sob proteção de tela. Daí aquelas manchas pretas ou pardas que daí espalham o contaminante através da condução da seiva elaborada das folhas às demais partes da planta (pelos floemas), causando contaminação de toda a planta.

2) A classificada como fúngica é causada por Pythium ou Phytophora (essa última, atualmente classificada no Reino Straminipila, não mais fungo, portanto) e, aí sim, conhecida por podridão negra e, geralmente se inicia pelas raízes, sendo conduzida por transporte através dos xilemas aos caules e depois às folhas. Porém pode também se iniciar pelas folhas, por respingos d'agua contaminada.

A diferenciação é complicada e, às vezes, só por exames laboratoriais.
Porém, a podridão bacteriana produz um líquido nas partes afetadas e a negra, fúngica, provoca um rápido secamento.
Muitas vezes a planta atacada por podridões fúngicas acaba também desenvolvendo podridões bacterianas; uma facilita a entra da(s) outra(s).

A podridão negra é a mais grave ameaça aos orquidários, já que é a que causa o maior índice de mortalidade, chegando a acabar com uma coleção inteira,
caso não se tomem medidas de combate logo aos primeiros sintomas. Muitas vezes se inicia nas junções das folhas, derrubando-as ainda verdes.

As contaminações acontecem pela água ou por substrato contaminados.
Mesmo fungicidas potentes de última geração possuem efeitos curativos limitados, pois a rapidez de propagação da doença é assustadora.


Prevenção e controle - O controle é complicado, muitas vezes resumindo-se a isolar ou incinerar a planta contaminada.
Melhor investir nas inspeções regulares e minuciosas, retirando do seu orquidário, de imediato, toda e qualquer planta com sintomas logo no início e não introduzindo novas plantas em período chuvoso sem que passe antes por quarentena, em local isolado de seu ambiente de cultivo.

O mais longe possível do orquidário, desenvase a planta logo aos primeiros sintomas, corte todas as partes afetadas com pedaço de estilete e incinere essas partes contaminadas. Deixe a planta de molho, de modo a cobrir toda a planta, durante 3 horas, em solução de Kasumim (3ml) em cada litro de água. Esse produto é um Fungicida/Bacterici da, antibiótico sistêmico (kasumicina a 20g/l).
Retire-a, pendure-a em varal em local abrigado da chuva e do sol até a semana seguinte e repita a operação de demolhe e varal durante 4 vezes em semanas seguidas.

Fique de olho nas plantas que se avizinhavam daquela contaminada e faça o mesmo tratamento logo aos primeiros sintomas caso apareçam, pois o fungo e/ou a bactéria são altamente contagiosas e se espalham em meio úmido, através de respingos d'água. Desocupe e desinfete com água sanitária (2 copos por litro de água) a bancada em que estava a contaminada.
Meses atrás cuidei de dois orquidários apresentando podridões, com o tratamento conforme acima descrito, e já fazem 3 meses que não mais se manifestam.
No entanto, só consegui salvar plantas em início de contaminação ou partes delas que não estavam ainda afetadas, tratando-as em isolamento e permanecem isoladas até hoje, recebendo doses generosas de pó de canela e abrigadas das chuvas, reenvasadas e penduradas para maior arejamento.
Para saber mais, só no ABC do orquidófilo.

Espero ter ajudado,

Prof. René Rocha

Um comentário:

  1. Estou com uma orquídea ingectada com a podridão parda, e essas indormaçoes me ajudram muito na decisão que devo tomar. Obrigada

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